terça-feira, 27 de abril de 2010

Marketing Tribal

Esta estratégia de marketing pretende criar grupos sociais ou comunidades em torno de um produto ou serviço. Fundamenta-se na convicção de que as sociedades pós-modernas procuram produtos e serviços que por um lado lhes permitam atingir uma sensação de liberdade mas ao mesmo tempo que os liguem aos outros, no fundo a uma comunidade ou tribo. O produto não desempenha apenas um valor de uso, mas apresenta-se também com elemento de ligação.

A possibilidade de recurso e desenvolvimento desta técnica está directamente relacionada com o aumento do uso de novas tecnologias, internet e redes sociais. Consequentemente, as pessoas estão mais próximas, tendo acesso num clique aos gostos e interesses dos outros. Aproximam-se e afastam-se dependendo daqueles. Pode começar através da criação de uma comunidade na internet, ou um grupo pela própria empresa, que ao vender o produto a um cliente, o promove. Se despertar interesse, a pessoa junta-se ao grupo, o que contribui desde logo para a sua fidelização. Esta, ao ser cliente da empresa e pertencer ao grupo, terá vantagens em termos de obtenção de produtos, serviços ao cliente, etc., dependendo do tipo de serviços e produtos disponibilizados. Ao ter um serviço do seu agrado, mantém-se no grupo, interage com o mesmo e naturalmente publicitará as vantagens de estar na tribo. De uma forma relativamente simples, é possível criar uma grande comunidade de pessoas que aderem ao produto, com a vantagem de poder criar um serviço personalizado que cativa as pessoas, ao contrário das grandes campanhas, necessárias para a promoção dos produtos, mas demasiado generalizadas.

O word of mouth funciona. As pessoas confiam em amigos, conhecidos ou familiares – pessoas próximas com os quais se identificam – que experimentaram determinado bem ou serviço, e que as aconselha por alguma razão. Faith Popcorn, autora de inúmeras obras de marketing e fundadora da consultora BrainReserv explica "nos dias de hoje as pessoas estão cansadas da autoridade das velhas tradições. Incapazes de saber tudo sozinhos voltam-se para os seus amigos para receberem conselhos sobre o quê e em quem confiar”. Meg Columbia Walsh, managing director da Faith Popcorn's Brain Reserve acrescenta “os consumidores não querem mensagens de marketing extraordinárias, querem conselhos em que possam confiar. Ao associar marcas a líderes da vida real, os consumidores identificarão aí uma marca confiável.”
O marketing tribal surge com o intuito de fortalecer os laços existentes com o consumidor. Preocupa-se em explorar o lado sentimental/emocional dos seus clientes por oposição do lado racional até agora mais utilizado e motivo de interesse. Aposta na vertente do consumo sagrado em oposição ao consumo mundano - as necessidades básicas encontram-se minimamente satisfeitas, dando assim espaço às necessidades secundárias - daí ser considerado um consumo restrito, personalizado, como se dum ritual se tratasse.

Vantagem:
Podemos distinguir duas grandes vantagens do marketing tribal: a possibilidade de segmentação muito exclusiva do público alvo, permitindo assim ajustar com detalhe as características do produto ou serviço, bem como as campanhas e a linguagem ao grupo que se pretende atingir. A generalidade dá lugar à especificidade, um grupo que partilha características pode ser encarado como um único indivíduo. Por outro lado, o funcionamento “em rede” deste tipo de estratégia permite atingir uma enorme quantidade de pessoas espalhadas por todo o Mundo com o orçamento muito menor em comparação com grandes campanhas gerais. A análise custo/impacto é muito positiva no marketing tribal.

Desvantagem:
Está directamente relacionada com a vantagem...a rapidez de comunicação e a confiança entre a tribo pode levar à divulgação dos eventuais defeitos do produto de forma extremamente rápida e ter um efeito altamente destruidor da marca.

Fontes:
http://www.wordspy.com/words/tribalmarketing.asp
http://www.news.pharma-mkting.com/pmn411-oped.html
http://www.appm.pt/newsletter/pdf/APPMnews41_200611.pdf

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